quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Saudações a quem tem coragem

             Nesse início de  ano a frase título desse post tem ressoado em mim. Quis, portanto, escrever a primeira página de 2011 acenando "Saudações a quem tem coragem", porque para quase tudo, e diariamente, coragem é remédio aplicável.
            Há, contudo, diversas formas de inaugurar um ano novo.
            Há aqueles que dizem sentir um tipo qualquer de certeza de mudança e põem-se a planejar tudo de novo, renovando o repertório de sonhos.
             Há aqueles que preferem desfazer-se de memórias e badulaques antiquados e inaugurar o ano de alma e cara lavada.
             Há aqueles que anseiam por uma mudança radical e julgam encontrar nos festejos do evento a propulsão faltante.
              Há quem faça listas, as quais logo revelar-se-ão impraticáveis- por não caberem no orçamento, no tempo exíguo das 24 horas de um dia ou por não transcenderem a esfera das boas intenções.
              Há outros que já começaram a marcar o ano assim: só faltam 347 dias para as férias chegarem novamente.
             Há ainda quem deteste essa obrigação de ter que começar o ano como quem começa caderno novo: repleto de vontade de caprichar na letra, anotar a matéria, esmerar-se na organização como nunca fizera antanho. Entremeio a tanta ânsia pelo novo é prudente perguntar-se: o que é desejo antigo e  só precisa ser continuamente alimentado? Se o planejado não foi levado a cabo ainda, porque enredar-se em outros planos? Só para usar o adjetivo novo, tal qual obrigação? O Ano Novo é então um mera continuação?
             Há quem não faça distinção alguma entre primeiro de janeiro e uma tarde morna de um mês outonal. Onde o inusitado?
             De minha parte, gosto de saudar o ano novo à maneira de uma visita: com a alegria e a esperança que raspamos em nós mesmos (ainda que não estejamos convictos de possuí-las) para dar as boas-vindas: pondo a toalha mais bonita e servindo a melhor comida na melhor louça. Gosto desse tipo de fineza. Gosto de tratar bem esses que trazem notícias e nos põem a passear em outras quimeras.
                E que venha o porvir. E que saibamos todos inventá-lo!

Um comentário:

Deisily de Quadros disse...

Feliz Ano Novo! Que 2011 seja aquela visita bem-humorada que alegra nossa casa com sua presença. Um beijo!