Perdoem-me os leitores pela ausência de posts nas últimas semanas. Vou voltar. Talvez com menos frequência que nos meses inaugurais. Não que a interrupção provisória dos posts fosse decorrente de algum ato furtivo permanente em minhas ganas de escrever. Mas eu continuo achando que escrever requer um tipo qualquer de sentimento que nem sempre se colhe. Escrita, e sentimento, não é inspiração, não é benesse, não é maturação, nem natureza. Eu acho que é uma flecha. Não é escolher, é ser escolhido. É um interlúdio. É um lapso. É uma urgência que interrompe provisoriamente alguma coisa inominada.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
A cidade nem liga
Chove, inunda, constrói, desfaz, pinta, pixa, suja, limpa. A cidade nem liga.
Transeuntes chegam e partem e enchem-lhe os vãos. A cidade nem liga.
Mesmo em dias em que vivemos de sensações difusas, e quando a cidade ela própria se mostra diversa, constata-se.
De volta à cidade, o forasteiro que estivera ausente pressente o inquérito:
“É bom voltar?” Pergunta-lhe o curioso.
“Nada como voltar!” Impõe-lhe o mais taxativo.
“De volta à vida real...” Insinua outro, a espicaçar-lhe a memória.
E assim, de frases prontas e cheias de efeito e de encontros inesperados, se vai fazendo a volta do andarilho sobre a terra.
A cidade nem liga.
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