domingo, 7 de novembro de 2010

Meu brado

             Há tempos que me pedem para que eu volte a escrever neste espaço. Nem são tantas pessoas, mas elas têm algo em comum: me  são  caras.  Escrever, contudo, tem sido evitado por mim como forma de não cometer nenhum tipo de exorcismo. A escrita sempre foi minha tábua de salvação. Outro dia fui à conversa entre  Carpinejar e Alberto Martins.  Depois de algum tempo ouvindo-os falar de seus papéis de escritores/poetas,  resolvi lançar-lhes a pergunta que aprendi a gostar de fazer: "- Que leitores são vocês?" Carpinejar respondeu-me com um aforisma, que lhe é tão próprio:  “eu leio pra me procurar, eu escrevo pra fugir de mim”.  Alberto Martins constatou que a leitura faz inchar o cotidiano e que lhe apraz  a experiência de tê-la expandindo seu dia-a-dia -  ao eleger um catatau para ler quando não se está de férias, por exemplo.  De minha parte arrematei com aquela frase do Drummond que adoro: “A vida quando vai aos livros é pra voltar mais vida”. Contudo, nestes últimos meses, houve aqueles em que nem pude ir aos livros e nem pude ir à vida. Movi-me inerte. Porque parar, e retomar a linha onde  o ponto fora esquecido, também é mover-se.

Um comentário:

A Casca da Cigarra disse...

"Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro desperta." - O Buda

Foram dias de despertar.
Beijos
Déia