Ideias para um texto e
nenhuma soberana o suficiente. E a encomenda? Pra quando é mesmo? – pergunta ao imaginário editor de si.
As ferramentas ali, o canteiro de obra aberto, colher de pedreiro, ruído
de serras segmentando treliças e
vergalhões, cinto de segurança mantendo-a suspensa na armação de aço, escavadeiras
rompendo o solo amalgamado. Onde se pisa quando o chão rui? Onde se acomoda
sentimento quando a pergunta não dá
trégua? Esse visgo imaginário sempre foi sua
viga mestra? Ela ali, tentando escrever, o texto aberto. O líquido verde do nível acumulado em uma das
extremidades, forçando-a a perceber que
o escrito pendia para um lado. Confusa, entre um ruído e outro, pensa: o aeroporto é só um
não-lugar. As reformas atestam isso. Tudo imagem da infância. Não é licito usar
imagem da infância? E se a família não gostar? E se nem parecer que foi mesmo? Pega formão, plaina, picão, serrinha a quatro mãos, pois nunca se sabe o que demandará um texto. Às vezes, o que ele exige são armas de fogo, outras... Um
texto é isso. Matéria em estado bruto. Tal qual sentimento inominado.
Um comentário:
Eu teria um alter ego de nome Silvia Pandini, tranquilamente.
Postar um comentário