Quero seu avesso. Sua verdade inaugural.
Quero-lhe tantas quantas forem suas facetas e que, ocasionalmente, diga-me aquilo que nunca pudestes dar.
Quero-lhe para além do ruído cotidiano.
Quero-lhe até não saber precisar o que a mim ou a ti pertence.
Quero-lhe em cada lampejo de lucidez e alegria. Quero-lhe assim: na incongruência, como quero seu inferno e todas as sombras que desenham sua solidão ou espraiam suas nuances.
Quero-lhe, à medida que o tempo passa, em cada uma de suas novas acepções.
Quero-lhe no gozo pouco previsível.
Quero-lhe a um só tempo inesperado e fronteiriço.
Quero-lhe na vastidão do segredo, na intimidade ignorada, na imprecisão contumaz.
Quero-lhe para quando eu não puder me fazer ouvir e você nada puder nomear.
Quero-lhe em cada vicissitude e para não sucumbir ao enfado.
Quero-lhe para viver idiossincrasias.
Quero-lhe na ferida exposta e para quando não se puder extirpar a dor.
Quero-lhe, com amor, enfim: palavra!
Um comentário:
As palavras nos transportam
Por isso sagradas
O silêncio hermético
Por isso estéril
kenia
Postar um comentário