Caetano cantou que “O antropólogo Claude Lévi-Strauss detestou a Baía de Guanabara”.
Donde intuo que, apesar da índole violenta da palavra, quase todos detestam alguma coisa.
O estudante asiático detesta o próprio nome e aos 17 anos sonha em comprar um nome americano.
A fisioterapeuta iraniana detesta não poder usar seu próprio nome e precisar escolher um nome facilmente pronunciável em língua americana.
O engenheiro chinês detesta seu sub-emprego em terras estrangeiras e sonha finalmente dedicar-se às aproximações entre Ética, Ciência e Arte.
O garoto sul-africano detesta o frio de Quebec menos do que a língua inglesa.
A contadora polonesa detesta pessoas que dizem não ter tempo livre.
A policial russa detesta a teimosia do marido.
O enfermeiro japonês detesta sangue e preferiria ser curador de arte.
A professora canadense detesta o mau emprego das palavras nunca, todos e sempre.
O músico thailandês detesta instrumento desafinado por pouco uso.
A blogueira brasileira detesta notar que há dias em que se fica sem inspiração.
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