Dia desses, para Ele, e bastante para si mesma, Ela encorajou-se com a força dos adornos de todas as épocas, saiu à rua e deixou-se retratar por estranhos. Ele não estava. No romper da madrugada, Ele quis chegar. Ela correu para aprisionar as palavras que, deixando-se cair da boca, fugiam dos lugares onde tinham sido cuidadosamente dependuradas, como piercing à língua. Mas nessas horas elas eram lépidas por demasiado. O engraçado é que às vezes Ela tentava linimentos de palavras contra o corpo e isto lhe provocava algum tipo de prazer carnal, uma espécie de comoção áspera com propriedades curativas. Descobriram que Ela tinha vários planos e desejos eróticos ocultos, que a educação de uma mulher séria nunca deixariam revelar. Embora que tem coisa que não dá pra guardar pra sempre. Causava-lhe estranheza pensar que Ele não sentisse saudades. Vivia perdido em volteios, com um olho no peixe e outro no gato. Mas eram muitas as voltas que ambos davam antes de sorrir com a palavra mal engolida no canto da boca. Eles iam por aí.
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