Por minha alma ser esse ermo,
Eu aprecio jarras e boiões antigos que se tem em casa para ali estarem, vazios.
Eu sou capturada pela alternância de azul turquesa e brancos não preenchidos nas peças de faiança.
Eu fotografo ninhos vazios.
Eu leio cartas antigas.
Eu lembro das estampas e tecidos que minha mãe usava quando grávida da minha irmã.
Eu vejo álbuns amarelados.
Eu anoto fragmentos.
Eu velo a esponja vegetal toda cheia de vazios.
Eu procuro, na cidade vazia, pelo simples hábito de procurar.
Um comentário:
Diz nosso amigo Lao-tse: esvazia-te e permanecerás cheio.
Beijo
Déia
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