Do alto da minha janela avisto as figuras do sem fim. Da janela há quem se ponha a espreitar os vizinhos ou simplesmente deixe-se e coloque-se a ver a vida passar entrecortada. Do vão da janela derrubam-se coisas, às vezes salvas por um fio agudo e fino de vida que escorre. Da janela também se lança o suicida, no impulso de enfim agir e poder viver na sua escolha. As janelas nos salvam do desvario ou nos arremessam nele. Eu sempre consulto as janelas e tento adivinhar a cor do dia. Mas quase nunca acerto.
A vida é um vão.
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