É verão e os lagartos bebem ovos depois do banho de sol. Estou imóvel. Derreto. Dissolvo imobilidade e frenesi no intervalo de um bote.
É outono e em terras canadenses as árvores têm mil cores. Posso repaginar meus anos de escola rural e esquecer a maniqueísta professorinha inconformada com minhas folhas que não eram verdes e minhas flores azuis.
É inverno e eu nunca gostei de chupar bala. Gosto do gosto ácido. Diferentemente dos ursos que após longa hibernação purgam-se comendo folhagem amarga, eu já tenho em mim mil folhas azedas que me bastam para tantas quantas forem minhas hibernações.
É primavera. Sou promessa, vida e morte em uma única flor de cerejeira.
2 comentários:
Silvia,
Que bom! Não preciso mais esperar! Adoro ler-te.
Beijos,
Oi minha linda!
Que bom saber de você, passeando entre os vermelhos do outono canadense e a professorinha rural...
Voltarei sempre aqui, Izabel
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