- Sua religião?
Há anos que lhe fazem esta pergunta e Ela emudece. Falta-lhe o que dizer como faltam aromas ao café amanhecido. Responde com volteios e meias palavras que caem da boca. Em casa, no clarão do dia ou em horas madrugueiras, acende suas velas, fia-se na existência de um ser superior ao qual, desde priscas eras, servimos de ventríloquos todos nós. Mirando a espada de São Jorge, exorciza vodus, banha-se em sal grosso, reza o padre-nosso, medita qual zen-budista, respira à maneira iogue e adormece o sono justo dos pecadores.
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