Chove, inunda, constrói, desfaz, pinta, pixa, suja, limpa. A cidade nem liga.
Transeuntes chegam e partem e enchem-lhe os vãos. A cidade nem liga.
Mesmo em dias em que vivemos de sensações difusas, e quando a cidade ela própria se mostra diversa, constata-se.
De volta à cidade, o forasteiro que estivera ausente pressente o inquérito:
“É bom voltar?” Pergunta-lhe o curioso.
“Nada como voltar!” Impõe-lhe o mais taxativo.
“De volta à vida real...” Insinua outro, a espicaçar-lhe a memória.
E assim, de frases prontas e cheias de efeito e de encontros inesperados, se vai fazendo a volta do andarilho sobre a terra.
A cidade nem liga.