Moinhos podem ser os da minha infância, movidos a água, feitos de pedras, encobertos de pó e restos. Eram máquinas de operar milagres e transformar grãos em farinha, folhas em erva-mate, grãos brutos em grãos descascados.
Em outras plagas aprendi sobre os Moinhos de vento, grandiloqüentes e velozes.
Ney Matogrosso canta lindamente “Os ventos Norte não movem moinhos”, pondo-me a pensar quais esforços merecem ser feitos, quais resultam em fins inesperados e quantas podem ser as variáveis de um mesmo vento.
Rendeu em meu eito a mirabolante imaginação de Cervantes. Os moinhos que Dom Quixote vê são para mim os mais belos, porque inventados.
Conversando com a obra de Cervantes, António Gedeão escreve o poema “Impressão Digital” e parafraseando digo: se quisermos ver gigantes serão gigantes, se quisermos ver moinhos, serão moinhos. Porque a vida também depende de nossa imaginação.
Para completar o repertório de estesias, como esquecer os Moinhos saídos de Rembrandt?
Comemorou-se ontem o dia do Professor no Brasil. Como acredito que certas belezas estão aí para serem celebradas todos os dias quero desejar que todos nós, professores, possamos ensinar nossos alunos e parceiros aprendizes a enxergar moinhos e gigantes.
E longa vida aos que aram nessa seara e são, simultaneamente, professores, moinhos e gigantes.
Um comentário:
Uma grande mensagem de uma grande pessoa e profissional! Quanta falta vc faz...Agora que sei que vc tem um blog irei visitá-lo sempre!
Beijos saudosos...
Natália
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