sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ermos

Por minha alma ser esse ermo,
Eu aprecio jarras e boiões antigos que se tem em casa para ali estarem, vazios.
Eu sou capturada pela alternância de azul turquesa e brancos não preenchidos nas peças de faiança.
Eu fotografo ninhos vazios.
Eu leio cartas antigas.
Eu lembro das estampas e tecidos que minha  mãe usava quando grávida da minha irmã.
Eu vejo álbuns amarelados.
Eu anoto fragmentos.
Eu velo a esponja vegetal toda cheia de vazios.
Eu procuro, na cidade vazia, pelo simples hábito de procurar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Diz nosso amigo Lao-tse: esvazia-te e permanecerás cheio.
Beijo
Déia